segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Consciência


Meu corpo se encheu de água do mar, jorrando por todos os poros. Um pequeno homem de luz entrou pelo topo da minha cabeça, e começou a nadar naquele meu mar. Como se fosse algo natural àquela criaturinha de luz se expandiu e tornou todo o meu corpo luz. Minhas mãos formigavam. Meu corpo não jorrava mais água pelos poros, mas sim luz.
Foi quando então que vi olhos, negros como a noite, cheios de lagrimas, cheios de dor. As lágrimas borravam toda a figura que começava a ganhar cor, tornar-se uma borboleta. Com suas asas coloridas começou a voar ao meu redor e pousou nas minhas cortas, bateu asas mais algumas vezes e grudou-se em minha pele. Ela agora fazia parte de mim.
Como era libertador ter uma borboleta fazendo parte de mim. Estava sentindo a liberdade tão intensamente que nem notei que havia um logo do meu lado, um lobo cinza, que me olhava com olhos ternos e ao mesmo tempo olhava ao redor como quem vigia. Senti-me grato por ele estar ali. Havia uma cobra junto com ele, não sei ao certo qual era sua cor, só sei que ela me envolvia com um circulo. Sem que eu fizesse nada ela entrou pela base da minha coluna e subiu até o topo de minha cabeça. Meu corpo tremia, uma sensação de força e poder irradiavam em meu ser. Era prazeroso, mas assustava.
Senti então necessidade de deitar. E assim que me deitei vi luzes sobre mim, elas ardiam como fogo, mas não queimavam. Alojaram-se em várias partes do meu corpo e traziam mais energia praquele corpo que já estava repleto de luz. Senti-me pleno, senti que fazia parte do mundo, senti que era um com o universo.
Quando levantei, não havia mais luzes, cores, nem mesmo asas de borboleta. Mas havia grandes asas, lindas e que refletiam todas as cores do arco-íris. E novamente me senti grato por ver todas as minhas verdadeiras cores.

Um comentário:

Douglas Pietro disse...

São poucos os que mesmo por um instante conseguem ver suas verdadeiras cores.