quinta-feira, 17 de julho de 2008

História de um sadomasoquista

Ah! Como é bom sentir dor. Lembro-me da primeira vez que a senti, havia acabado de vir ao mundo quando uma mão enorme veio com toda a força em direção a minha bunda, uma mão grande, com dedos grossos que de deu um tapa estralado. Acho que esse tapa gerou todas as minhas outras formas de demonstrar a afeto. Na escola eu costumava bater em todas as meninas por quem me apaixonava e elas, para mostrarem que estavam apaixonadas por mim, vinham me bater, mas eu não sou o tipo de pessoa que é chamada de fácil, eu corria delas pra fazer um charme. Isso foi evoluindo, da agressão física para a agressão verbal e depois para agressão sexual. Comecei a agredir as pessoas sexualmente, mas somente as que eu amava, não me vejam como um pervertido ou um maníaco por sexo, eu só violentava quem eu realmente gostava. Tinha uns 13 anos quando comecei a fazer isso, apalpei a bunda de uma menina que eu gostava há tempos, ela me retribuiu com um delicioso tapa que me lembro até hoje, mas apesar de ter demonstrado afeto por mim, ela recusou meu pedido de namoro com uma cara de horror que nunca consegui entender. Comecei a procurar uma namorada, apesar das meninas sempre mostrarem que gostavam de mim com tapas e beliscões, as vezes até puxadas de cabelo elas nunca quiseram nada sério ( essa minha geração não quer saber de relacionamentos estáveis). Mas o destino havia preparado uma surpresa pra mim, eu estava saindo do mercado quando o alarme de roubo começou a apitar, então uma mulher vestida de segurança veio correndo em minha direção e me deu uma chave de braço e mandou eu encostar na parede, passou a mão por todo o meu corpo como se eu fosse um grande pedaço de carne. Eu não pude deixar de demonstrar meu afeto por ela nesse encontro de amor a primeira vista e dei uma cabeçada nela, quando ela caiu no chão comecei a chutá-la. A policia chegou e nos levou pra delegacia, lá começamos a conversar... Hoje somos casados, e estamos muito felizes com nossos hematomas.


Inspirado no texto "No tudo mais..." do blog Embaixo das Macieiras (o link está na lista de bogs, passem lá)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Compram-se ideais!

“Compram-se ideais!” Leu esse anúncio em qualquer lugar por aí, ficou matutando, pensando se isso poderia lhe dar um pouco de dinheiro. Ia ser algo bom pra ele que sempre andava duro, mas também, como tantos alucinógenos que comprava, não consegui se sustentar com pulseirinhas vendidas as garotas mimadas. Por que não? Seus ideais estavam gastos, ninguém acreditava mais na Paz, tão pouco no Amor. Sabia que quem tinha gasto a utopia de paz foram os seus, mas o ideal de Amor foi gasto por outros, os boêmios!, por exemplo, sempre falavam de amor e tanto falavam que ninguém acreditava mais nele.
Decidiu vender, era o mais lógico, afinal “o passado é uma roupa que não serve mais”, então porque não vender essa roupa? E vendeu. Venderam. Seus ideais, que agora eram ideologias, e suas roupas foram vendidos em todas as lojas. Produzidas em larga escala e vendidas a um alto preço, suas roupas viraram moda. Seu ideal agora era usado por todos, pelo menos até a próxima estação.

terça-feira, 8 de julho de 2008

"Só os solitários conhecem a alegria da amizade. Outros têm suas famílias, mas só para um solitário e um exilado os amigos são tudo."

Para um grande amigo que me ensinou a abrir minhas asas

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Sensações

Nunca havia tocado objeto mais acetinado, era como se acariciasse o mais fino veludo. Seus dedos brincavam naquele carrossel de sensações sublimes e luxuriosas. O amor havia realmente alterado seus sentidos.